AUTA DE SOUZA. VOLTOU*...
“ALMAS DILACERADAS”.
“Quando, em dores, na Terra inda vivia
Caminhando em aspérrimas estradas,
Via presas no pranto da agonia,
Almas feridas e dilaceradas.
Escutava a miséria que gemia
Dentro da noite de ânsias torturadas,
Treva espessa da senda tão sombria
Das criaturas desesperançadas.
E eu, que era irmã dos grandes sofredores,
Sofria, crendo que tais amargores
Encontrariam termos desejados.
E confiada na crença que tivera,
Cheguei há à luz da eterna primavera,
Onde há paz para os pobres desgraçados.”
*Do livro Parnaso de Além Túmulo. Poesias psicografadas por Francisco Cândido Xavier.
Auta de Souza
“Nascida em 12 de setembro de 1876, em Macaíba (RN), desencarnou em 7 de fevereiro de 1901, aos 24 anos, em Natal. Deixou um único livro, Horto, cuja primeira edição, prefaciada por Olavo Bilac, em outubro de 1899, apareceu em 1900 e se esgotou em três meses. A segunda edição, feita em Paris, em 1910, traz uma biografia da autora por H. Castriano. Finalmente, teve uma terceira edição no Rio de Janeiro, em 1936, prefaciada por Alceu Amoroso Lima. Espírito melancólico. Sofredor, muito místico. Seu estilo simples e triste se reproduz perfeitamente nestes versos mediúnicos.”
Curitiba, 16 de agosto de 2016 – Reflexões do Cotidiano – Saul
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