Serôdia

Evaporou. As nuvens se espalharam nos céus, as flores viçosas murcharam, penderam suas pétalas e cores. Um vasto campo pedregoso nasceu no meio do verde campo.

Os espinhos foram secando um a um e perdendo a afiação. O céu antes azul intenso ganha o cinza. Passarinhos e borboletas fazem visitas constantes.

Ora, é a vida! “Subiu aos céus o favo quebrado!” Evaporou e ganhou o infinito do espaço, respingando gotas generosas de mel.

Não te preocupes, isto é prenúncio de águas!

Ao amanhecer verás o baile das borboletas. As azuis misturadas às coloridas decorarão o teu ser. Elas marcam cada passo, cada gesto. E, chegando a serôdia ao vasto campo, o coração volta a sorrir.

Suas lágrimas nutrirão a fraca terra. E, quando as águas desfilarem sua elegância, o favo volta a ser habitado e ser orvalho!

Serôdia,

por Daniel Cezário.

Daniel Cezário
Enviado por Daniel Cezário em 14/08/2016
Reeditado em 10/10/2016
Código do texto: T5728064
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