As bailas e as cigarras
Há de haver um dia para ter meu assovio
Em que possa saltar alegre na normalidade
Contentar em significância, em bailas.
Hei de puxar as ruidosas correntes – responsabilidades.
Vestir o frio em contrapelo, em calor anestésico;
Provar das melhores lições
Testando as potências, as resistências;
Ser forte, pensar à frente – coisas virtuosas
Não me dar por vencido, pendido.
Hei de arrastar firme a pesada bagagem
Pesados e leves fardos, medalhas.
Seguir ouvindo o hino das pelejas:
O canto das cigarras
Os sinos das lonjuras.
Seguir regando as horas, os passos
Pisar o melhor dia, no melhor barro.
Há de haver a hora de parar, brincar de estátua
De acalmar os raios, com amor.
 
Hei de pensar novidades, de barbas nevadas
Ir-me recriando destino afora
Com cabelos penteados e roupa amarrotada.
Hei de ter em meus momentos, a leveza sublime
Ter atos grandiosos, nobres
Ter e ser o algo mais.
https://youtu.be/TOioIXsf2bk