Ode a Ti

Ode a Ti

Eu sou o poeta, sem poesia

incapaz de elevar corações,

nem as muitas ardentes paixões,

sou o escrevinhador da agonia.

Minha alma, meu ser, são turbilhões,

revoltando a serena maresia

famintos de amor, em anorexia,

torturados por males e grilhões.

Tu és a ninfa dos mares imensos,

cabelos de oiro-sol chamejante,

drapejo em flâmula constante,

em corpo de prazeres intensos.

Teu olhar procura-me constante,

tão meigos, cessando meus lamentos,

Tua boca beija-me tormentos,

doce, quedando-os, incessante.

Tu, minha amante, que me seduzes

nas sempre cálidas madrugadas,

entoas poemas e baladas

e, ofertando-te, me conduzes.

Como és bela, meu amor,

fadas o meu destino triste de luzes,

e da minha vida essas cruzes

destróis, pela infâmia geradas.

Nós, meu amor, de amor tão intenso,

doamos a existência eterna

numa perfeita osmose terna

como éter, fogo e incenso.

Somos água retida em cisterna,

pura, fresca, de caudal imenso,

Somos um belo jardim suspenso;

eu relva, tu a bela flor materna.

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Poeta sem Alma
Enviado por Poeta sem Alma em 13/07/2016
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