AMA DE LEITE - SUBORDINAÇÃO, LUXO E AMOR - Poesia nº 24 do meu terceiro livro "Relevos"
És um símbolo de escrava,
Uma ama de leite, de raça;
Bem calma, não reclamava,
E este amor, era tua graça!
Amamentavas filho e filha,
Por dever desta vocação;
Mas o luxo não a humilha,
Perante a sua obrigação!
Da sua prole, era afastada,
Ah, suas maiores riquezas!
E alimentava-os tão calada,
Neste agrado às nobrezas.
A estes seres pequeninos,
Com certeza se apegava,
E tê-los fortes, em destinos,
Nos exercícios que cuidava.
E no princípio..., era assim,
Tão dominada à fidelidade;
Escravidão teria o seu fim,
Mulher negra da liberdade!
E a sua figura tem histórias
Humanitárias e não restritas;
Mas ficariam as suas glórias,
Nesta herança das escritas?
Hoje em dia é uma raridade,
Para vermos a igual atitude...
Num exemplo de caridade,
Sem ter orgulho da virtude!
São as amas consagradas,
Que tem um valor por amor;
É a segunda mãe dedicada,
Sem ter amo e nem penhor!
Apenas a Deus agradecem
Pela sua dádiva majestosa;
E os pais, não se esquecem
Pelos filhos, a mãe honrosa!
Eduardo Eugênio Batista
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