FRÁGIL

Quietos em quanto caímos,

Sonolentos em quanto desistimos,

Perdido em quanto ouvimos,

Doce dor dos que nos acompanham sem sorriso.

Pra que lado vai a alma?

Aqui no escuro não existe mapa

E mesmo só sentindo o áspero do chão,

O vento forte e a chuva,

nada me para.

Somos franjeis de mais pra viver,

E mesmo nós, sendo corajosos para não temer a Deus

Temos o medo mais fácil de obter.

O que é real?

A certeza da morte, ou a ilusão de vida?

Quero versejar a vida inteira sobre a morte,

Antes que eu me deixe,

Quero aqui deixar o meu desfecho!

Propagar os meus desejos, que talvez sejam os seus.

Mas não seja um vaso,

Seja algo menos frágil,

Seja uma fênix que renasce da dor,

Renasça depois de ser crucifixado.

Grite para o universo antes que você não possa mais gritar,

Sorria antes que não possa mais sorrir,

Cantes antes que não possa mais cantar,

E deixe algo aqui!

O teatro acabou rápido, não foi?

As cortinas se fecharam?

E você nem sabe o final da peça.

(Homenagem a um amigo)

Henrique B Souza
Enviado por Henrique B Souza em 04/06/2016
Reeditado em 04/06/2016
Código do texto: T5657468
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