Tateando a liberdade

Ando à vaga ,insistentemente

tateando entre minutos ,horas,

dias escapar dessa prisão hodierna de grades invisíveis,

performada pelo cinzento cotidiano.

A vida passa ,lá fora enquanto grito à som de surdo,

buscando amparo

ou o ar perseguido por aquele que submerge à superfície.

Afazeres, deveres ,

obrigações

embebecido de pleonasmo

sem tempo para respirar vida, apenas cumprindo o ato de sobrevivência.

Fui roubado de mim,me vejo sem lápis de cor diante a folha em branco,nada muda...

Por enquanto,apenas tateio

descansando as asas,que me levará.

C.A.MARTINS