O Adolescente Púdico
Casto como a procissão de fadas
Que gera o norte em verso de Ossiam
O gelo do medo alfineta suas palavras
E da amante possível faz a irmã.
Qual lume interior ainda lhe falta
Para assomar de sol a musa inata?
O bailado das bacantes ao luar
Quando,quando ousará ele beijar?
Escuro problema...pensa-lo é negar-se...
Do amoroso ser a face amena e clara
Por pranto algum no sol irá toldar-se.
Ruge ,esvaído em tempestade amara,
Virá o coração ao céu delas nivelar-se?
Sobe ao monte desolado de seu medo
O pranto amoroso névoa contra a lua,
Sangra no orgulho a virgindade nua
Zelosa no pudor em imbecil segredo.
Do alto divagando as sensuais campinas
Quando hão de ser nádidas,divinas,
Ao toque de seus lábios,voo sem voz,
Quando há de o amor infindo soar por nós?