O ALFA E O OMEGA
Tentando descrever o amor, fiz um breve traço.
Mas aí veio a dor e com total desembaraço,
Entendendo ser um travessão, fez um diálogo
E disse que a própria dor é sentimento análogo.
Voltei a tentar um recomeço, fiz outro traço.
Nessa hora veio a mim a angustia e sem receio,
Afirmou que o amor, não é um fim, é um meio.
E que o temor da perda faz fraquejar o braço.
Então eu resolvi mudar e tracei uma virgula.
E esperei até chegar-me a incerteza vacilante,
Esta perguntou o que é que na vida se regula?
Por que pensar no amor se a morte é a amante?
Sem ter muito o que dizer, fiz uma trema.
Quiçá alguém trouxesse um teorema.
Nesse momento me chegou a alegria,
E transformou meu pranto em poesia.
E do meu traço acima, fez-se uma cruz
Fui tomado pela mão de uma criança,
Que indicou a mim e a todos a esperança.
E resumiu o amor em um só nome, Jesus!
Até que, por fim, meu traço formou letra
E a definição tornou-se mais completa,
Pois, Cristo consumou-se em sua entrega.
Tornando-se o Amor, o Alfa e o Ômega!