ACORDAR
Abro os olhos, meu coração bate.
Meus pés podem caminhar muito bem,
Apesar da dor...
Minha cabeça parece um mar
Escuro, como água parada.
Ás vezes... negro redemoinho...
Alma árida, opaca, ausência total de brilho.
Mais um dia sem rumo!
Uma página inteira a ser preenchida
Com imagens, desejos, sonhos...
Mas onde está tudo isso,
Procuro e só encontro medo...
Tenho consciência que preciso abrir
As janelas da alma...
Buscar o teatro das emoções.
O que me impede de realizar
O maior espetáculo?
Fecho os olhos e mergulho
Na escuridão da minha alma.
É tão prazeroso interiorizar...
Tudo parado, calmo...
Não sinto mais medo...
Será... Assim a morte?
Volto... Olho ao meu redor
Tudo ainda, a fazer...
Até quando... O desatino
De viver sem destino
É puro egoísmo!
Tá tudo perfeito... Tudo é paz!
O que me falta para expulsar
Este medo que corrói a alma?
O questionamento é cansativo
Sou forte!.. Sempre venci
As piores tempestades!
O sol me chama!...
Lá fora a vida pulsa
Como sangue que corre
Na veia do meu corpo.
Sou fragmento desse mundo,
Não é justo ficar aqui
Alienada ao nada.
Agora vou...
Estou indo...
Espera...
Fui!