O Fazedor de mundo

Os que gritam enfurecidos nem me digam que, não ouvem

as palavras que nos ditam o coração.

São breves e traduzíveis, palavras de amor, só de amor.

Falo baixinho para as cidades, sem mundo, por onde passo

observando as pátrias descuidadas, as almas mortas.

Devolvam-me esses olhos tristes. São meus.

Se triste sãos, é por causa do mundo que veem

e do que sentem sair dos homens enrudecidos.

Um dia expulsarei a última lágrima triste.

Construirei outro mundo melhor,

o que prometi ao amor que tenho à vida.

É-me justo viver como as alegres andorinhas do céu

que vão e veem nos tempos certos, nas estações do tempo.

Eu também jamais fico no lugar do lugar,

avanço pelas estradas sem paragens,

em ondas de mares profundos, em flores recém desabrochadas

que nem terão tempo para encantar os anjos em passagem pelo jardim.

Meus versos podem ficar nas bocas declamadoras,

nos corações que abrigam os poemas inteiros,

na dor da solidão, na alegria dos abraços,

entre laços e nós, de amor, até nos desatáveis.

Declamo sonhos, durmo coragem.

Entendam-me, amores meus,

minhas diferenças estão no meio dos versos,

conversando com as entrelinhas da vida

fazendo uma linda canção de amor para o mundo

e para o homem.

Sou aquele anjo que escreve seduzindo as palavras,

beijando os versos, abraçando as estrofes.

Sou o poema inteiro que me desperta para, ser do amor,

o maior amor que há dentro da vida e dos sonhos...