Quando a chuva cair.
Vejo cair uma chuva sem temor.
Vem com os pingos da saudade,
com cheiro de terra do interior.
Fim da estiagem, há fertilidade.
Ainda carrego certas crendices,
desafio deuses. Danço na chuva.
Desenredo na minha meninice,
vejo raios, grito: Manda-Chuva!
Pingos molhados as lembranças,
que vêm arrastar dores do amor,
é saudade em forma na dança,
rio do vento que leva toda dor.
A chuva viria aliviar nosso calor,
fim de verão vem como açoite.
Na caatinga as imagens de terror,
turvam os olhos pesadelos à noite.
Toninho