Despertar

Cinco da Manhã

uma pomba cantando:

seu ninho na minha janela

entre flores e ovos

Apassarinho-me.

Os gestos iguais

a cama convidativa;

em meu ninho:

Seu corpo presente

ausente de mim,

solidão rendida no desalinho

do lençol abrasado.

Apressada, desperto

consciência, nos jornais

o debater-se de almas

escuras presas em si:

Miséria, violência,

preconceitos, desespero;

Indignada, enlouquecida

banho-me de luzes

visto-me de flores

saio pela vida, trabalho

faço arte – poesia

tentando tocar

os corações humanos

transformar pensamentos

com minha alma luz.

Ganho o dia,

Colhendo risos

Alegria, carinhos.