Que nada me acerte.

Mas se eu posso gritar... Por que não grito?

E se o mundo inteiro transborda,

eu finjo.

Tenho medo de amores furtivos.

Tenho pavor tremendo daqueles que calam...

E Deus me livre, dos que são correspondidos!

Cala-me a escrita, se possível.

Mas que não venha a escrever cartas de amor.

Que nada me tome por impulso e me faça rezar.

Porque hoje não sei rezar.

Desaprendi o cantar.

E de soslaio, me entrego, inteiro.

Que não me alveje as flechas perdidas.

Que querubins não me tomem a razão.

Que o mundo queira gritar,

mas que minha voz, não teime em dizer...

(...)

E Deus me livre, dos que são correspondidos!

Tatiana Marques (Tath)
Enviado por Tatiana Marques (Tath) em 19/03/2016
Código do texto: T5578186
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