Que nada me acerte.
Mas se eu posso gritar... Por que não grito?
E se o mundo inteiro transborda,
eu finjo.
Tenho medo de amores furtivos.
Tenho pavor tremendo daqueles que calam...
E Deus me livre, dos que são correspondidos!
Cala-me a escrita, se possível.
Mas que não venha a escrever cartas de amor.
Que nada me tome por impulso e me faça rezar.
Porque hoje não sei rezar.
Desaprendi o cantar.
E de soslaio, me entrego, inteiro.
Que não me alveje as flechas perdidas.
Que querubins não me tomem a razão.
Que o mundo queira gritar,
mas que minha voz, não teime em dizer...
(...)
E Deus me livre, dos que são correspondidos!