Espuma
Espuma
Quase aurora no silêncio.
O azul cobalto te chama.
Rodopias e resistes;
Sais do repuxo da lama.
Tu sobes à superfície
Na ânsia de respirar
E vês: Não era tão fundo;
Ainda tens muito ar.
Pensas num novo mergulho:
Algo que te satisfaça.
Queres nadar como antes,
Com viço, alegria e graça.
O sol beija, então, teus olhos
E eles voltam a brilhar.
Ondas banham teu sorriso;
Tua pele sente o mar.
Tranças conchas nos cabelos;
Sais da rasa e pouca espuma.
E vem a maré soprar
O que já sabes... Em suma:
Uma onda que passou
Não levou nada de ti.
Beijou-te e deixou seu sal.
Isso é tão lindo... Sorri!
(Verônica Marzullo de Brito)