O QUE RESTA DE MIM
Sou um ser que circula sobre si mesmo,
Com o movimento da terra sem destino,
Ando há muito tempo para me encontrar,
Ainda não achei o meu certo caminho.
O que resta de mim, é alguém que vegeta
No planeta terra, onde a lei não se cumpre,
Cada um se desenrasca à sua má maneira,
Compram e vendem a palavra numa feira.
O que resta de mim, é uma sombra escura,
Do que já fui e já não sou, perdida frescura,
Que por ter sido tão mal tratada, mete dó,
E agora vivo de recordações e bastante só.
Só com a minha poesia, musa inspiradora
Duma vida dura, de ódios e invejas, moda
Que não chegou a pegar, porque eu reagi
No momento certo com o bem que mereci.
Ruy Serrano - 03.03.2016