"En passant"
Claro que sei ler um outdoor,
O risco é descuidar ao volante;
Sobretudo, se, acena o melhor
Um produto tal, que seu sabor,
Tem o seu quê, de inebriante...
As mil palavras dessa imagem,
bobagem, alguém disse, é mais;
acompanham por toda viagem,
e rebuscam a perdida coragem,
os dormidos instintos animais...
Necessidade é mãe da invenção,
E umas, são filhas da esperteza;
Que conseguem tocar o coração,
E disfarçar sua súplica pelo pão,
D'alma, não esse reles, da mesa...
“En passant”, assim, eu li o dito,
Exposto o mais dileto produto;
Mesmo, silêncio dá lá, seu grito,
Ao amor, seu lapso é um escrito,
sentir escoa bem no silencioduto...
Ruma para onde fará algazarra,
Soltando aos bichos enjaulados;
Qual gato que rebusca as garras,
voraz, prazer seu sinal, seu arras,
Os dóceis são gatos escaldados...