Ladrilhos que nos unem
Ladrilho: pedaço de argila cozida,
Placa de cerâmica embelezada com “arauto”,
Proclamando pisos costumeiros, que sem esmo,
Levam os meus passos de encontro aos teus.
No entanto, teus ladrilhos, antes bússola,
Direcionados a mim, sofreram com o tempo:
Erva daninha; maus tempos, ondulações no terreno,
Contextos diversos, que adiaram o nosso esquadrinhado.
E, como frágeis peças de um quebra-cabeça,
Nossos ladrilhos tiveram que esperar o vento passar;
Tormentas, meses e anos que não findavam em nos apartar...
Adiando um novo ciclo pro nosso amor recomeçar...
Onde os meus olhos, enfim, vislumbrariam os teus,
Onde os teus pés, por fim, se encaixariam entre os meus,
E, no meio de um simples ladrilho, dentro do seu papel cumprido,
Abraçaríamos ternamente, vivendo bravamente as incertezas do verbo amar.