A NOSSA CANÇÃO
Em algum lugar, toca a nossa canção:
aguda, penetrante, envolve o coração!
As saudades abandonadas, afloram,
se agrupam, multiplicam e assustam.
O vento sopra, trazendo lembranças,
não restam mais as tolas esperanças...
É noite: agasalha-me, imenso calafrio,
no asfalto, garoa fria, é o meu troféu!
O firmamento, cinza-azul, cobre o céu,
estarrecido não choro, é o meu feitio!
A lua é bisonha, bizarra são as estrelas,
no emaranhado da vida, procuro vê-la.
Bendito o pólen, que desprende da flor,
aos ventos levados, fecundam o amor,
brotando: cores, perfumes e felicidades,
deixando no tempo a dor da saudades!
Bendito os beijos que foram trocados,
no frio da noite, por casais apaixonados!
Esqueço, que tenho, que te esquecer,
caminho nos astros, não paro de sofrer.
Não importa para onde sopra o vento,
caminho cabisbaixo e vou muito lento!
Na ciranda da vida, acalento a ilusão,
de manter acesa a chama da paixão.
Em algum lugar "toca a nossa canção"
dance comigo, deixa-me voar na ilusão...