AINDA TENTO TER ESPERANÇA

Ainda tento resistir, mesmo em meio à dura realidade.

Ainda tento sobreviver, mesmo em meio à agonia do tédio.

Ainda tento encontrar-me, mesmo em meio à multidão perdida.

Ainda tento ser feliz, mesmo em tempos tristes, buscando a felicidade.

Ainda tento erguer a cabeça, mesmo oprimido por muros de concreto.

Ainda tento ter esperança, mesmo vendo o tempo diminuir a vida.

Ainda tento encontrar forças, mesmo cansado e esgotado das andanças doloridas por sertões e cidades.

Ainda tento curar-me, mesmo sentindo a tortura da imensa dor.

Ainda tento ver-me, mesmo envolto em fria solidão.

Ainda tento o prazer, mesmo observando o jardim sem flor.

Ainda tento ter ânimos, mesmo na massa de decepção.

Enfim, ainda tento ser eu, mesmo em meio a tipos padronizados,

mesmo em meio a um oceano de manipulações, mesmo excluído por um sistema monopolizador , mesmo perdido tentando encontrar-me. Ainda tento tento ter esperança, mesmo me sentindo como peixe sem nadadeiras, levado pela correnteza.

Vicente Mércio
Enviado por Vicente Mércio em 27/12/2015
Código do texto: T5492402
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