Vestimenta de ouro
Esse silêncio que tanto amo, também sabe machucar...
Às vezes rompe quando chamo, outras não adianta gritar,
Vestido como um rei, sabe bem como o coração mandar;
Na sabedoria divina, admirado ou odiado, sabe bem reinar.
Mas é quando desnudo o ser, que a frieza marca tanto...
Então tatua marcas indesejadas, de um frio fora de época,
E verso, revestindo com as palavras, o meu pranto e canto;
Sem voz, sem vez, sem som, sem nada, nem mesmo rouca.
Mas ainda nas ondas que se propagam, nos encontramos...
O silêncio, feito de ouro, intrigante, desconcertante, e frágil,
Feito de matéria, água e barro, desenha enquanto admiramos,
Os passos belos, voo mágico, palavras certas, desse ser hábil.