ESPERANÇA ZOMBETEIRA
A cada dia o amanhecer vem forte
das dores anteriores... resta o eco,
da alegria resta a fé em mais um dia...
resta hoje a luta nova contra a morte.
Mas se até os rios morrem
o que nos resta?
O que de ensino há na estupidez?
Talvez no revoar de um passarinho,
renasça a confiança tão cansada,
ou mesmo na onda firme barulhenta...
com vida intrepidez e teimosia...
que briga e se acomoda na enseada.
E a vida vai passando tão ligeira,
nem dá tempo pra ver da janelinha,
só resta a novidade deste instante,
um colo, um céu azul belo e distante.
Um andar, uma esperança zombeteira.
Dete Reis