ESTAÇÕES DA VIDA

Nas minhas manhãs de quietude
Desfolham-me as estações da vida
Em mim há meses de tempestades
Inundam-me as lembranças passadas...
Fazendo enxurradas de traumas
Transbordando rios de lágrimas.

Entre sóis, ventos e calmaria
Arrepio vez por outra de frio
Agasalho minhas tristezas doridas
O vento da saudade açoita forte
Palmeiras batem palmas se rindo
Quando em mim cai suavemente 
A garoa renitente da melancolia.

...O jardim se desfolha em galhos
E na alma das flores cessa o florir
Colibris se ausentam no alvor
Meus raminhos já não enfeitam
A lagarta se recolhe no casulo
Folhas se vão em redemoinho...
Ausenta-se de mim a poesia.

Adormeci na estação da vida...
Sonhei ser uma flor que renascera
Num jardim florido em primavera
Minh’alma abriu-se enternecida
Borboletas mil, eu era margarida
Em sorrisos cantava o beija-flor
Não era quimera, havia bromélias
Tudo rimava em alegria e poesia.

Novembro/2015
MargarethDSL