Réquiem para um vale de lágrimas
Neste vale de lágrimas
É preciso plantar jardins
Seja de plantas ou rimas
Seja poesia ou jasmins
Mesmo não sendo obras-primas
Servirão a um mesmo fim.
Pessoas passarão por perto
Algumas nem notarão
Que ali onde era deserto
Existe uma bela floração
No papel que era lixo certo
Tem poema e letra de canção.
Mas veja o brilho no olhar
Em algumas bocas um sorriso
De quem acha tempo pra parar
Mesmo estando indeciso
Pra estes é que vale plantar
Um verso, mesmo de improviso.
E ver a vida mais bonita
E ver alegria nas caras
De quem nessa lida infinita
Sente beleza em coisas raras
Tira encanto de tudo que fita
E a alegria escancara.
Afastar suspiros e gemidos
Mostrar vida além do desterro
Do inferno serão eximidos
Mesmo quem comete erros
Misericórdia para oprimidos
E pra tristeza um belo enterro.