Sexta feira, Treze.
Doce menina,
não vás tão cedo deste mundo.
É verdade que desconheço
o doloroso abismo que te espreita.
Rogo as bênçãos do sangue vibrante!
Oh Grande Deusa!
Manifesta em nós a sagrada
aliança serena, violeta dourada.
Não há fins ou inícios se tudo se transforma.
A morte nasce da vida, a vida nasce na morte.
É a dança exponencial, fractal de formas.
É preciso morrer em vida, irmã minha!
Ceifamos com nossas forças unidas,
Todo o medo, o desespero infundado.
Nossa existência é eterna leveza
indestrutível impermanência e fruição.
Acalme-se doce menina
aqui estou para te dar colo
e ninar sua alma.
Confiamos na Deusa
que ampara as lástimas,
as lágrimas pesadas de tristeza.
Dê-me sua mão no abismo escuro.
Lembra-se daquele sábio e doce conselho?
Usaremos nossos passos para o iluminar o chão.