A Deusa Despertou!
De costa nua, bela,
banha-se no rio.
Está viva em toda sua natureza:
perfeição harmônica, sutileza.
Conecta, completa, complexa,
exala sutil aroma de leveza.
Oh Grande Deusa!
Nua, de passo ousado
quadris ensaiam o gingado,
seu embalo afinado
é a imensa fogueira
do ardor exasperante.
É fortaleza ardilosa e dançante,
derrete o olhar vil, maculado.
Seu poder seguiu dormente
detrás dos olhos cerrados
num sono de sonhos
quase eternizados.
Oh Grande Deusa, desperta!
Espreguiça-se com manhas de felino,
entoa seu bocejo visceral, leonino.
Toma posse de si mesma,
brada em elegante silêncio
sua incontestável realeza.
Nua está vossa alteza,
é a bela que nada
e a água tão límpida,
honestamente reflete
sua pureza.