FÊNIX HUMANUS
FÊNIX HUMANUS
Segue reto e impoluto teu destino consumido
Delírios encantados d´uma mente já cansada
Recua passo a passo no teu tempo resumido
Pra que veja no caminho tua vida já passada
Levanta a temida pedra de discreta sedução
Contempla em silêncio inevitável escavação
Não reaja aos encantos da incerta escuridão
Recupera equilíbrio em agradecida exaltação
Revigora tuas forças pra que possas celebrar
O retorno da energia que persegue tua razão
Na angustia da procura, a mulher pra te amar
Tem na pele aveludada a desejada renovação
Adormeça fatigado sem temer o que existia
Afinal, o homem justo sofreu tudo que podia
Despertando para vida rejeitando o que havia
Na certeza inabalável que amanhã é outro dia
Julius Galeno
Escrito em 19/03/2007 às 10:58 h em resposta ao texto poético ¨Minha Belíssima Via Áppia¨ de André Spoletti. Texto em que o autor deixou transparecer, em aparente delírio, profunda melancolia e desesperança na vida e no ser humano.
Transcrição do texto de André Spoletti para melhor entendimento do poema de Julius Galeno:
¨MINHA BELÍSSIMA VIA ÁPIA¨
Eu não sei onde estou, deve ser uma miragem, devo estar alucinado, não sei o que deve ser, Talvez não esteja lúcido, seja um delírio, quem sabe apenas um sonho adulto. Eu não sei se é belo o que vejo ou belíssimo o que penso ver aqui agora. Pode ser uma paisagem, um afresco ou uma simples pintura selvagem, um pergaminho, um lótus encantado pela magia de Hera, pode ser um sopro fugaz ou etéreo, uma alma flutuante enviada por Átila ou Aníbal, um presente de Netuno que me trouxe das correntezas profundas destes mares tropicais. Como saberei se nem sei se estou aqui agora? Agora me vejo e me confundo. Seria um presente de Rea Silvia? Estaria na Bretanha ou em Lutécia? Bem que poderia ser numa aldeia gaulesa ou estaria no palácio Domus Aurea? Era o nono dia antes das Calendas. Quem sabe minha Via Appia.
André Spoletti
Fortaleza, 19/03/2007.