Passa, enlaça, acha graça...

Que seja por hoje, nessa manhã fria de outubro,

No mês que se despede, chegando novembro;

E se bem me lembro, de flores ainda te cubro,

Alma minha tão doce, perdoa meus desvarios...

Insanidade justificável, vida que passa e não acho,

Nem graça, nem nome me chama, apaga a vela;

Não tropeça na cama, finge que me ama, não seja carrasco,

Esquece a rima, não teima comigo, não brigo contigo.

Passa, enlaça, acha graça dessa loucura santa,

E arranja a cura mais certa, conserta esse coração;

Bate descompassado, desafinada corda de violão,

Nos versos soltos, não solta da minha mão e canta...