Volta pra casa
É tarde, minha alma saiu para passear e não volta,
Volta, minha querida, lhe peço, não vê a desatenção;
A angústia, não te quero presa, nem assim tão solta,
Mas és quem comanda, toda a emoção, e o coração...
Volta para casa, já voaste a noite, te deixei triste e feliz,
Quem dera pudesse, desenhar os lindos sonhos sem um giz;
Mas não vês? Nem os versos se fazem, fico aqui na espera,
Há tanto para se fazer, sem você sou nada, nem quimera...
Sou um ser, sem ser nada e fim... Não ria, não tem graça,
Não faça pirraça da minha desgraça, volta pra casa, desfaça;
Esse nó que deixaste aqui, um drama que parece comédia,
Mas que está doendo e muito em mim, desfaz essa tragédia...
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Linda interação do poeta Luiz Moraes
ALMA ARREDIA
Ó alma não me deixe aqui falando
sem graça, no vazio dessa esperança
de ter-te novamente "palpitando"
nesse meu coração que é de criança.
Redima-te que estou aqui chorando
não sei viver assim nessa balança
sem saber aonde estás, e até quando...
ficarei nessa angústia que me cansa.
Somos baião-de-dois, não tem sentido
essa distância toda de repente
sinto-me ser um ser desguarnecido.
Parece que esquecestes que sou gente!
Não basta o tanto que tenho sofrido?
A vida te requer aqui presente!