CHUVA SERENA
Sorrateiramente ela chega,
No meio da noite, acalmando os ânimos,
Desânimos, de dias sem êxitos, com alguns tropeços,
De um coração que almeja te ter aqui.
Mas essa chuva serena, em sua indizível reciprocidade com a minha dor,
Acalenta meus pensamentos, gotejando esperança no meu jardim, interior...
E como vida que se recicla; que se refaz e se dissipa,
Sublimando e res-sublimando os fatos da vida,
Testemunha para mim, a grande arte de prosseguir.
Alegre, ou triste; temente ou valente,
Desistente ou insistente, na dualidade do ser ao interagir.
Às vezes me sinto um pouco perdida diante de um mundo tão brutalizado e apático em si.
Mas se esse for o preço que pago para acordar com o orvalho e predestinada os sonhos tingir,
Que as gostas me adormeçam, cantando baixinho a fé em seguir...