LIBERTO-ME AGORA
Neste momento, trago a alma sofrida pelo tormento
da dor a transpassar-me o peito assim sem amor!
Trago nos olhos, a angústia em lágrimas, dos refolhos
da alma, de mágoas tingidas e duras gargalhadas!
Tenho, no seio, o peso que me afoga o triste peito
arfante, em busca de ar, pelas miríades estafantes
das vidas acima de meus tristes dias moribundos!
Quero ainda sorver, em alegrias, o gole que houver
restado dos penúltimos sorrisos a mim ocultados!
Quero ter a sapiência dos magos sim, oniscientes
e viver em harmonia, compreendendo a alegria
dos que sorriem ingênuos dos deuses estrênuos!
Viver à margem do mundo que me cala e me fala
de deveres e direitos ambíguos, fingindo sentidos
inversos ao amor, à luz e do mundo, a pobre cruz!
Liberto-me, agora, de ti, de mim e de todos vós
que açoitaram-me os desejos limpos e simples!
Eugênia L.Gaio-11/10/2015