A dádiva de um minuto
É quando a esperança deixa de habitar o coração do homem,
Quando não existem motivos para manter a ilusão,
Todo desejo resume-se a um frêmito.
Estamos sozinhos na fronteira entre o fim e o infinito
Tão frágeis diante dessa impermanência de todas as coisas.
É justamente nesta hora que o tempo nos confere
A dádiva de um minuto
E vivemos apenas nele concentrados
Esquecidos de outros tantos que soterramos na indiferença
Mas já não há como compartilhá-lo
Ele é apenas nosso