Sonhos de Marés

Sonhos de Marés

As águas se recolheram,

A terra em silencio está.

Cantos de pardais ecoam

E o vento logo acalmará.

Deitado sob meu pesar,

Sou como águas de maré.

Distorcido e inconstante,

Turbulento, fascinante.

E agora estou mudando,

Outra vez desassossegado.

Encontrar as extremidades,

A terra enfim despertará.

O outono enfraqueceu,

Folhas destinadas a secar.

Tudo terá seu significado

Para meu coração sereno

O sopro contido da noite,

Uma só voz me acolherá.

Curará em mim toda dor,

Abrasará o meu dissabor.

Sinfonia que em mim está,

Guie-me através do sonho!

Ouça-me nas ondas da maré,

Torne-me real mais uma vez.

Victor Cartier

Victor Cunha
Enviado por Victor Cunha em 02/10/2015
Código do texto: T5402254
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