Sonhos de Marés
Sonhos de Marés
As águas se recolheram,
A terra em silencio está.
Cantos de pardais ecoam
E o vento logo acalmará.
Deitado sob meu pesar,
Sou como águas de maré.
Distorcido e inconstante,
Turbulento, fascinante.
E agora estou mudando,
Outra vez desassossegado.
Encontrar as extremidades,
A terra enfim despertará.
O outono enfraqueceu,
Folhas destinadas a secar.
Tudo terá seu significado
Para meu coração sereno
O sopro contido da noite,
Uma só voz me acolherá.
Curará em mim toda dor,
Abrasará o meu dissabor.
Sinfonia que em mim está,
Guie-me através do sonho!
Ouça-me nas ondas da maré,
Torne-me real mais uma vez.
Victor Cartier