OLHE OS MONTES
É pela manhã
Que meus olhos vêem mais
Trás mais vida a aurora
É um renovo de esperança
E transborda assim em nós
Um desejo extravagante.
Quando amanhece
Eu olho os montes
A obsessão se acalma
Considero nesse momento
Outras razões pra viver.
Como se vai a escuridade
Há prenúncio de normalidade
Ela chega banhada de luz.
Aí mais uma vez eu espero!
Quando levanto meus olhos
Um mar verde cobre os montes
A terra seca e sedenta
Não prevalece ao cheiro das águas
Águas limpas frescurentas.
E assim em nós acontece
Todo dia há um renovo
Se você quer ver acontecer
Olhe os montes palpitantes
Neles há vida verdejante.
As manhãs são claras
Ainda que dentro de nós
A nossa alma esteja encolhida
Há sempre mais uma chance
É só olhar com fé os montes
A vida é transcendental
Como é o infinito além
Do que se pode dele esperar.