Beco.

Espero o frio da ventania,

Pele macia, de lã cálida,

Suave veneno, que se entalha,

Abaixado com os olhares averso.

Talvez eu conheço as noites frias,

Onde se traça a solidão ingrata,

No beco da alma intitulada,

Pois o verão me recolheu pálido.

Ante o inferno que se consagras,

No começo deste ventre astral,

Frente, pelos anseios das águas.

Como um escaravelho nas areias,

Os céus se puseram a tocar-me.

Abrandou-se a minha morte imatura.

Ednaldo Santos
Enviado por Ednaldo Santos em 28/09/2015
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