Ode À Liberdade

Um clamor que nasceu em berço raro

Das vozes que proferem o agora caro

Valor da liberdade para a vida soado

Pelo povo antes em um beco acuado

Da autodeterminação dos seus atos

E do direito de ir e vir em imediato

Das terras próprias e dos vales livres

Donde vinhas para quaisquer partes

Da vida passar em pleno desobrigue

Sem que rumo à escravidão nos migre

Forçadamente sem direito de escolha

Impondo-nos uma imoral vida em bolha

Do poder de professar aos quatro ventos

Grandes venturas ou tristes desalentos

E o que mais na alma é guardado contido

Em um livre expressar que foi ora tolhido

Mesmo orar pior ofensa ou descalabro

Ao homem terreno que se vende honrado

Ou venerar com um veemente encômio

Quem faz da existência um manicômio

Do livre pensar que nos aflige a consciência

Em tormentos vis que fogem às aparências

As ideias são o que iluminam a escuridão

Dos devaneios torpes que levam à servidão

Do completo domínio do corpo possuinte

Tornando a vida um direito conseguinte

Mesmo que seja, para uns, única posse

Para se impor a ela o destino que fosse

Da certeza que não é um crime o vicio

Faz-se da auto propriedade precipício

Para pular ao puro arbítrio que é livre

A cada escolha há um diferente timbre

Do trabalho que provem do esforço seu

De mãos calejadas que labutam no breu

Ou da mente insana que se torna a nossa

Pois o tempo não volta e jamais endossa

Foste o dia de temor do povo que sofre

Perante líderes com nosso ouro em cofre

Chega o tempo em que ditadores temem

A hora em que prédios e calçadas tremem

Pela liberdade tudo se faz e se alcança

Basta um único individuo soltar a lança

Que a independência é caminho sem volta

Não há no mundo o que segure a revolta.