Monocrômica sina
O meu amor é complicado, deveras,
Faz mais doer que sentir-me pleno;
Ao fustigarem incertezas, esperas,
Que não se pode abafar com quimeras,
restam cercas separando gado e feno...
E desamar não dá, o coração recusa,
malgrado, a razão dar esse conselho;
sina pede clareza, mas, segue obtusa,
mente claudica um tanto ébria, confusa,
verde é breve, como demora o vermelho...
quase feliz, totalmente debaixo da dor,
esse vácuo, com mania de grandeza;
desse pra pintar o arco-íris só co’uma cor,
então, daria pra gente ser feliz no amor,
sem a metade que faz a nossa inteireza...
Agora vai! Devaneio a cada uma chispa,
luzente, no cruzar dos nossos olhares;
mas, a velha rotina que faz baixar a crista,
avisa que aí não vale nada o ser otimista,
só, travesseiros , corpos, nos devidos lugares...