Tua boca...

Meu nome a tua boca não pronuncia mais

Teu nome minha boca balbucia, sons reais

Meu olhar se perde nos seus versos a voar

Teu olhar parece não ver mais meu poetar

E a carência toma conta desse peito e sofre

Na conta que não fecha, só chama teu nome

Brasa não se extingue, sobrevive, consome

Até a senha, e não sei mais abrir o tal cofre

Coração assim fechado fingindo uma proteção

Falseia, tonteia, e nos caminhos mais floridos

Espera pelo amor-perfeito nessa nova estação

Que vai desenhando versos ternos e sentidos

Por nossas bocas recitados, almas em comunhão

Na beleza fazendo sentido, o ciclo em renovação

Na ternura que te alcança, me carrega pela mão

No amor que não se cansa, e voa na inspiração.