A ESPERANÇA PERDIDA
Parado, em um ponto da cidade, a espera da nau,
Que me levará, cansado, a mais um destino,
Observo aquelas figuras da esquina marginal
Perambulando, tentando driblar suas realidades de espinhos.
Os bêbados cambaleantes cantam uma alegria disfarçada,
Com seus passos pesados tentam encontrar a paz perdida
E a esperança inerte que ficou em algum ponto da estrada,
Onde a felicidade perdeu a cor e deixou sem sentido a vida.
Os mendigos vagam pelas trilhas do destino amargurado,
Pedindo um trocado aqui e ali, talvez para atenuar a sua dor,
E se anestesiarem de uma realidade dura e torturada,
Na esperança distante da esquecida idade em flor.
À noite, as profissionais da sedução aparecem em passos delicados,
Oferecendo-se, talvez em mágoas, a uma aquarela desbotada,
E representando um personagem em um ato dramático
Tentam encontrar uma tênue paz em uma labuta insensata.
Aqui, eu, sendo levado pelo destino como folha ao vento,
Qual os personagens marginais, tento encontrar a perdida esperança,
E sonho caminhar em estradas de margens floridas, em puro alento. E com a paz perdida formar uma nova e real aliança.