Velejando
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Velejando
Quanta aventura na poesia há.
Tenho velejado,
singrado revoltos mares;
sentido na pele a lucidez das brisas,
dos ares...
Buscando não apenas portos,
mas os destroços de todos os meus naufragados temores.
Velejo nos braços do verso,
sem medo.
Embora não saiba nadar,
singro o cisalhamento da curvatura senoidal;
observo os presságios das andorinhas:
prenúncio de intempéries,
cortam minha aorta com punhal.
Não haverá pranto nem soluços.
Poetas não morrem.
São ilusões, simplesmente!
Devaneios de homens carentes de tudo...
São eles, os poetas,
quem, de bruços,
anunciam os clarões dos faróis,
os lúmens.
Nijair Araújo Pinto
Iguatu-CE, 21 de agosto de 2015.
09h31min
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