O CONDOR
Enfim estendo minhas asas
Sobre minha pele em chagas.
Ruflo minhas asas com vigor,
Contemplando os andaimes de pedra
Que despontam caiados, plantados
Em preto e branco e cinza sobre o asfalto,
Sobre a carcaça da terra morta.
Preciso retomar minha jornada...
Minha lida infrutífera de humanidade
No couro cru e mórbido do sertão.
Hei de fazer meu ABC de lamentos
E chamar a atenção do mundo,
Para que ele derrame seus olhos
Sobre a pequenez de minhas posses
Que, grão em grão, gota a gota,
Abastece seus lares ostensivos
E menos agônicos e menos áridos.
Paulo Pazz​