Buscando o que não sinto

Andando sem destino, sem parar

A procura de mim mesmo, sem encontrar

Lugar ao sol, para mergulhar

No passado, no presente e o futuro assegurar.

Sei que o futuro não existe,

Que o passado é memória

O presente, já passou

O difícil é saber quem sou.

Quando paro pra pensar

Sobre tudo o que me rodeia

Fico a imaginar

O que faz uma mente cheia?

Nada me dá mais prazer

Que os cantos obscuros percorrer

De minha mente, a quase jazer

Para achar o que ainda não sinto.

Busco, nessa angústia, o silencio da noite

Que no seu limiar, ao abandono,

Desperta os medos e a quietude da alma

Lançando luz ao despertar do sono.

Então, é hora de arrumar as palavras

Dando-lhes sequência e nascimento

Construindo longas e belas asas

A deixá-las soltas ao suave vento.

Que se espalhem por aí

Construindo enunciados e ensinanças

E em verdadeiro frenesi

Cobrir os céus em lembranças.

Fortaleza (CE), 18 de julho de 2015

Gilberto Carvalho Pereira
Enviado por Gilberto Carvalho Pereira em 18/07/2015
Código do texto: T5315765
Classificação de conteúdo: seguro