A espera

Ainda que eu fosse

o mais perfeito dos homens

e soubesse todas as respostas de cor

e soubesse equilibrar em corda bamba

dos desatinos de amor.

Fosse eu o mais cortês

que desse flores aos inimigos

e soubesse a hora de calar

das afrontas que o mundo dá,

e para nada me preocupasse

em todo gesto apenas amor!

Ainda que eu soletrasse palavras

ditas antes de morrer

a quem do meu lado estivesse

numa noite bel prazer,

uma visita incomum,

eu sei, nunca poderei fazer!

Ainda que eu fosse o troféu

do fatídico campeão

seria erguido a multidão

aplaudido entre os mestres

de prosas livre de amor

em nada adiantaria se eu não

soubesse da vida o melhor valor

e da mesma vida o melhor expor!

...

Escrevo, pois, felizmente, espero!

Daniel Cezário
Enviado por Daniel Cezário em 17/07/2015
Código do texto: T5314463
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2015. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.