A espera
Ainda que eu fosse
o mais perfeito dos homens
e soubesse todas as respostas de cor
e soubesse equilibrar em corda bamba
dos desatinos de amor.
Fosse eu o mais cortês
que desse flores aos inimigos
e soubesse a hora de calar
das afrontas que o mundo dá,
e para nada me preocupasse
em todo gesto apenas amor!
Ainda que eu soletrasse palavras
ditas antes de morrer
a quem do meu lado estivesse
numa noite bel prazer,
uma visita incomum,
eu sei, nunca poderei fazer!
Ainda que eu fosse o troféu
do fatídico campeão
seria erguido a multidão
aplaudido entre os mestres
de prosas livre de amor
em nada adiantaria se eu não
soubesse da vida o melhor valor
e da mesma vida o melhor expor!
...
Escrevo, pois, felizmente, espero!