Acredito, posso voar
Em meu interior...
Busco por momentos de alegria.
Nos instantes de silêncio,
Desprezando o selênio.
Espaço que possa me escutar,
E ouvir todos os desejos.
Que trago guardado no peito,
Trancafiados em meu quarto.
Como em segredo o beijo,
Espreitando sem malicia.
Um espião ao redor,
Não tenho como respirar.
Acredito...
Quando me deito.
Sei que posso voar.
Rumo aos meus sonhos,
Alçando-me nos versos que componho.
Sem nada para me impedir.
Um dia, tornará realidade.
Não sei onde estarei se aqui,
Ou em outro lugar.
O meu coração viverá a felicidade,
Encontrarei enfim a verdade,
E com ela a tranquilidade.
Tenho vivido tantos percalços,
Andando com os pés descalços.
É longa a caminhada,
Não desistirei desta estrada.
Por mais que as trilhas
Sejam mais esburacadas.
Seguirei por milhões de milhas,
Não medindo a distância.
É ensandecida a chegada, minha ânsia,
Prefiro correr o risco, melhor assim.
Antes lutar, a esperar pelo fim,
Diante do perigo, estou armada.
Acredito...
Quando me deito,
Sei que posso voar,
Nos pulmões novo ar.
Quando estiver cada vez mais alto,
Desatarei os nós dos desenganos.
Atingirei renovados planos,
Conhecerei a outra dimensão,
Tenho certeza da emoção.
Acredito...
Quando me deito,
Sei que posso voar.
Ou olhando para o horizonte,
No olhar fixo vislumbrando o céu.
Basta ver em meu semblante,
No coração, borboletas fazendo escarcéu,
Feito selenita morando em outro lugar.