BANHO DE CHUVA

A primavera insiste em meu

Peito morar.

Flores estampadas num vestido,

Sempre-vivas.

No coração uma oração,

bate em descompasso.

Rogo por ti em devoção,

Não sei o que faço

Com a solidão.

Nos olhos vertendo

Em lágrimas a volitar

Imagens de um tempo feliz.

No olfato, o fato,

O cheiro que paira no ar,

A impregnar meu corpo,

Aroma de anis.

Tudo se perdeu em enxurradas

De tempestade de verão.

Fico então sentada na calçada,

Sentindo os pingos da chuva

A lavar minhas emoções.

Esperança renovada em outras

Estações...

Tânia Mara Camargo
Enviado por Tânia Mara Camargo em 17/06/2007
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