Recortes de flores e pássaros

Cadê o azul do céu que a nuvem chorona levou?

Tem dias que não vejo as estrelas, e nem a lua,

Parece que tudo é cinza, a casa, o poste e a rua;

Ou será que minha alma desapareceu ou desbotou?

Cadê o colorido das flores, dos pássaros, das estrelas?

Vejo tudo cinza, a grama, a terra, o muro e as grades,

Desculpem esse meu exagero, essas meias verdades;

Deve ser esse frio, que minha alma reclama em sequelas.

Poeta meio triste, desanimada, espera pela manhã de sol,

Dizem que virá, que será amanhã, então visto esperança;

E tento colorir, não só a retina, mas o que de bom, restou;

Recorto papel, faço flores e pássaros, com tesoura de criança.