Retrospectiva

Nos braços da anciã sanguinária tristeza

duvidei da validade da vida,

senti o frio de sua essência de morte

e me perdi em sua sombria visão

Sempre fui de sentir dores

de entregar o meu corpo a tristezas

mais profundas

que um homem pode alcançar

Eu já me afoguei em amores perdidos

em revoluções caladas

já me lancei em tormentos tenebrosos

e andei por terrenos devastados

Meus calçados contam histórias

nos desgastes e na areia impregnada

As buscas por tortas visões

a prisão do olhar futuro idealizado...

... sempre frustrado

vivendo em um presente inacabado

remoendo um passado

de um sofrimento mascarado

Nas salas escuras tão solitárias me ocultei

fui ideias que não eram minhas

prisioneiro em meu universo

não vivi... não andei

comendo lentamente os desgastados dias

que não ousei

Porém, hoje eu quero abandonar as velhas prisões

deixar de olhar somente para baixo

contemplar no alto as nuvens do céu

quero correr em terrenos distantes

buscar sentimentos instigantes

Vou me lançar em seu sopro calmo

recolher-me em seu amparo caudaloso

viver sentindo seu cheiro em meus braços

Estando sempre ao teu lado

nos prazeres e no cansaço

Vou viver nas palavras

escritas,

cantadas e

recitadas

Vou me lançar nos versos

ritmados,

rimados e

pensados

Vou me esconder nas estrofes

nas pequenas linhas

viver em cada letra

e refletir em suas emoções

gritarei

a rainha dos mares...

a mãe natureza...

a virgem das virgens

Eu quero viver e extinguir o sofrer

Josué Viana
Enviado por Josué Viana em 30/06/2015
Reeditado em 02/07/2015
Código do texto: T5295111
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