Poros nus

Vou entregar pra mim o amor.

Ser beija-flor e aprender assobiar.

Ser a chuva levando tempestade

para cada canto meu.

Apreciar toda vista, que os meus olhos se

apegaram, até que a roupagem se apaixone.

Cair a folha, e junto dela secar.

Não importa se há flores ou rosas,

espinhos ou pétalas esparramadas.

Sou o que eu quiser, o dia a noite sozinha.

As estações crescem comigo.

Meu espírito cansou-se do velho,

da secura da boca.

Vou abandonar tudo o que entristece,

não reage, pinica, arrepia.

Ser leve enfim, como nascente.

Como cachoeiras que correm

escolhendo lagos, encurtando

caminhos pelo deserto.

Suando úmida.

Vertendo pelos poros nus

Luciana Bianchini

Luciana Bianchini
Enviado por Luciana Bianchini em 27/06/2015
Reeditado em 24/10/2015
Código do texto: T5292086
Classificação de conteúdo: seguro