CHORO!

De sólida manteiga, passei agora, à derretida

Como mudei! A vida é para mim, coisa mutável

Mudanças são bem-vindas, quando pra melhor

Olhe a cebola! Chora! E faz chorar ao derredor!

Não são as injustiças, por estas, nenhuma lágrima

Não choro na perda sentida de alguém

Não fico bem, me emociono numa despedida

Mesmo que logo o reencontro se dê, ainda nesta vida!

Choro ao ver atos solidários na cidade fria

De ver um dia, um pobre ajudar seu igual

Volto a chorar ao ver um gesto de criança

Deixa a vingança, logo vai brincar, não fica de mal!

Choro ainda ao ver os detestáveis, em algum gesto mais nobre

Ao ver Deus que tira culpas, perdoa, encobre!

Sobradinho-DF, 14 - 06 - 07