Sal
Mãe a tinta é pouca
para esta carta que
lhe começo escrever,
é tamanha dor
para tatuar por estas
brancas folhas e
como a nada me alivia
borrarei as páginas,
com sangue que ainda me resta.
Quantas Áfricas terei de inventar
para decepar a dor?
Quantos sepulcros terei de abrir
para enterrar as lágrimas?
Quantas vidas!
Oh! Quantas vidas,
terei que ver morrer
ate chegar a minha vez?
Mãe é pouca a tinta
para esta carta que
acabo de lhe escrever,
a tinta é pouca
para este sal que descrevo.